A agressividade na criança pequena

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A agressividade na criança pequena

A agressividade na criança pequena

O bebê num primeiro momento está acoplado à mãe. É o Outro (a mãe) que apresenta o bebê à sua própria imagem, quando se dirige a ele e diz: Isso é você.

Num segundo momento o bebê passa a reconhecer-se. Caminho interessante e tortuoso, que passa primeiro pela descoberta de que há um outro que não sou eu. A criança percebe através da diferenciação que existe um tempo de espera para sua satisfação. Há algo que vai além do seu controle. E essa descoberta é bem violenta para o bebê.

Há um tempo de espera, uma falta que não pode ser satisfeita imediatamente. É a partir do desejo instaurado por essa falta, que o bebê reage com agressividade no mundo. A agressividade leva o ser humano a diferenciar, constituir um eu e talvez um vir-a-ser sujeito. Momento ambivalente: de perder para ganhar.

Perde a sensação de completude, de satisfação imediata, de ser parte daquele Outro que lhe fornecia a sensação de conforto e de ter controle. Mas ganha, a possibilidade de constituir um Eu, de um vir-a-ser sujeito, ganha a possibilidade de não ser engolido pelo Outro. A agressividade advém justamente desta tentativa de se diferenciar.

Num jogo com o outro o bebê aprende sobre seu corpo, sobre seu eu; porém, é mais que isso, é uma competição, na qual se não houvesse a agressividade o bebê não se mexeria. A criança pequena precisa ser agressiva para sair do lugar. Qualquer movimento da criança já é ir contra a inércia, tem a ver com a tonicidade do corpo. A postura, os tapas e socos não são apenas manifestações lúdicas de exercícios de forças, são experiências que antecipam no plano psíquico a unidade funcional do corpo. (LACAN, 1998)

Esta rebeldia agressiva tem a ver com intenção, reivindicação, oposição, revolução, ou seja, tudo o que representa diferença, a agressividade não só permite que nos diferenciemos nesse primeiro momento de vida, quando ainda não há a distinção entre eu e Outro, mas também que nos tornemos adultos críticos. A agressividade também deve ser considerada no âmbito social, a criança precisa disputar seu espaço e não ceder facilmente, criar estratégias de defesa faz parte do desenvolvimento infantil. Para que isso aconteça é preciso dar caminho para esta agressividade, que, se descarrilada, pode se tornar patológica. A agressividade, assim como a angústia, é elemento necessário, mas, também como a angústia, em excesso pode ser danosa. Angústia demais é desamparo, agressividade demais é guerra e destruição.

A agressividade é necessária, mas precisamos encaminhá-la através da linguagem. É pela fala que a agressividade se verte em arte, brincar, palavras, atitudes e iniciativas.

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